08 fevereiro, 2016

Fé.


Hoje estou a tentar ter fé. Mais um dia.
Hoje não está a ser fácil de gerir a ansiedade, e não estou a conseguir ordenar os pensamentos na minha cabeça. Porque tenho que me preparar para dois cenários completamente diferentes.

Amanhã.
Amanhã vou saber quantos embriões resultaram deste período crítico do desenvolvimento. Tinhamos 16 há dois dias. E agora?
Amanhã vou saber se tenho risco de hiperestimulação. E se por isso vou ter que esperar uns meses para poder fazer a transferência, e engravidar sem riscos.
Amanhã espero poder criopreservar alguns douradinhos, como diz a minha amiga M.
Amanhã posso sair de lá com um projeto de vida na barriga.
Amanhã posso sair de lá com a mão dada no meu marido, e o coração e a cabeça na clínica...

(Há uns dias achava que não me importava de transferir mais tarde, que o meu corpo está massado de tanta hormona, que é melhor dar uma pausa, que é melhor concentrar-me no trabalho, que e que e que... e é verdade! Mas eu agora já só queria trazer um projeto de bebé para casa, viver a gravidez...).

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