27 fevereiro, 2019

O que não mata, mas mói...

Muitos eventos na vida nos põem a pensar sobre o que realmente é importante.
Se estamos a fazer um bom trabalho, se estamos a preparar bem o futuro, se estamos a acautelar todos os perigos.

Início hoje o que espero venham a ser um pouco das minhas reflexões sobre a parentalidade. Essa coisa que não nos mata, mas que mói.
(não espero que os posts sejam todos assim pesados... às vezes só ideias, às vezes umas dúvidas...)
Mói muito...

Dou por mim na rua a olhar para outras pessoas, e a pensar como criam os filhos. Como se organizam? Como tomam as suas decisões? Se estarão tranquilas com as suas decisões?
Se as minhas opções serão mais seguras que as delas?
Grrr... já sei que cada realidade é uma, e que cada um de nós se deve organizar e gerir dentro de cada realidade.

Mas enquanto mãe, e estando neste momento sozinha, dou por mim a pensar muitas vezes que raio de coisa estou a construir.

A Pediatra dizia-me noutro dia, que devemos acautelar o facto de, por estarmos divorciados, devermos ter cuidado com a sobreproteção das crianças. E ela tem toda a razão.
Como não as vejo todos os dias, tenho tendência a valorizar mais, mimar mais, proteger de mais. Fico a pensar se isso será uma coisa má... Não tenho uma resposta.

Sei que é do caraças para a minha organização pessoal, profissional e afectiva. É o que me custa mais. Não as ter todos os dias para mim.
Viver as suas dores e alegrias todos os dias foi aquilo para que me alistei quando decidi ser mãe. Dou por mim a pensar se sou menos mãe por isso.
Com certeza não me preocupo menos!! Só se for mais... constantemente agarrada ao telefone para saber se estão bem.

Quando irá parar este questionamento:
estou a fazer a diversificação alimentar de forma correta?
Devia dar-lhes ostras (exemplo super parvo ok.. só para perceberem!)
Devia comprar mais puzzles e jogos complexos?
Devia fazer outras brincadeiras?
Devia cortar radicalmente com a tv?
Devia ser menos rigida com as sestas e hora de ir dormir? Ou devia ser mais rigida? (miudos na cama as 21:00 é algo que ainda não consegui fazer!)

Como é que eu sei se estou a fazer as coisas certas?!

E, como lidar com as perguntas sobre a separação? Da parte delas é claro. Já perguntam, com frequência: "Hoje mamã?" Para confirmar se vão ficar comigo nesse dia, ou se irão estar com o pai. E como saber se estão a crescer seguras neste ambiente partilhado? (será que escolhemos o esquema certo para esta idade?)
Faço os meus possíveis para explicar tudo, e integrar a figura paterna nas rotinas, sempre que relevante. Converso e explico bastante.
Mas dado que só têm 2 anos, será que estão a crescer seguras? Confiantes?
Verdade que elas já conhecem esta realidade desde os 8 meses... mas não posso deixar de me questionar.

Não tenho respostas.
Talvez vá tendo ao longo do tempo.
Sintam-se livres de comentar, e/ou de se juntar a mim nestas deambulações.


2 comentários:

  1. Tenho uma bebé de 5 meses e sinto tanto isto. Já dei comigo a pesquisar na net formas de estimular bebés depois penso caneco ela só tem 5 meses que raio estou eu a fazer. Depois é com a ida para o quarto dela, será que ainda é cedo, será que me precipitei? Ainda é tão bebé mas passa tão rápido estarei eu a acelerar ainda mais o processo?? Olha tudo para as urtigas fazemos o melhor que podemos e sabemos e esperamos que corra pelo melhor. Acho que ninguém sabe a 100% como fazer isto hehhe

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    1. Acho que não se torna mais fácil!
      Também me lembro de andar na net "aos meses" a ver quais as brincadeiras mais adequadas...
      Será a tal pressão da sociedade de hoje em dia?
      Um grande beijinho

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