Acordei na 2af com um telefonema a dizer: A sua cesariana está marcada para dia 10. Eu fiquei tão baralhada que perguntei... desculpe, dia 10? A voz respondeu, Sim, dia 10 de janeiro, amanhã.
Fiz os primeiros telefonemas a avisar da efeméride, embora poucos, porque nos também precisamos de processar essa informação.
Passei o dia em casa dos meus pais, a ajudar a minha sobrinha mais velha (4anos) a fazer uma árvore genealógica para a escola. Tratei de fechar as malas, tratar de últimos assuntos pendentes. Passamos a noite com a família dos dois lados... todos felizes com o dia seguinte.
Ao deitar não conseguíamos nem pensar, nem falar. Mas fomos dormir (e conseguimos dormir!) até quase à hora de entrar na Maternidade.
Fomos os dois, fui preparada, e pelas 10:00 estava deitada num quarto a aguardar ter vaga na sala de partos para a cesariana. O pai não foi assistir, porque acho que iriam ter mais um paciente para cuidar!! Mas tivemos lá a avó bem de perto :)
Infelizmente na maternidade onde as bebes nasceram, e apesar da lei permitir um acompanhante durante todo o trabalho de parto - mesmo cesarianas -, não há condições para receber os acompanhantes! Felizmente não me importei muito, mas só ter esta informação quase a entrar pra o bloco é um pouco indelicado...
Pelas 11:00 fui para a sala de partos, mas algumas urgências fizeram com que apenas pelas 12:00 se iniciasse a preparação com a administração da epidural,
Até lá, os momentos foram de alguns tremores e ansiedade, felizmente amenizados pelos cuidados dos profissionais da sala de partos: anestesistas, médicos e enfermeiros.
O mundo é uma ervilha, e dei por mim a conhecer (por motivos profissionais), uma das obstetras e uma das enfermeiras da sala de partos. Fomos conversando e a coisa passou.
Momentos antes do corte puseram-me um pano e parece que deixei de estar ali: todas as conversas eram sobre o meu estado vital, e o que se estava a passar do peito para baixo.
É engraçado que não senti qualquer dor, mas percebia que estavam a mexer... curioso como funcionam estes medicamentos!! Tinha a sensação que poderia mexer as pernas se quisesse, embora tenha perdido a sensibilidade à dor, parece que ainda sentia as pernas. Não me sei explicar melhor...
O período que mais me custou lá estar, foi até ao nascimento da C. (o G1), que era um bebe bem grande - segundo as médicas. Depois fiquei mais tranquila... foram apenas uns minutos mais até nascer a M.
A partir de aí fiquei mesmo bem, em paz. Como já disse, levaram as bebes para observação na sala ao lado, onde estava a avó e muitos outros profissionais para as receber. Foram-me dando notícias das bebes, tal como o seu estado geral, peso, etc.
Não tenho noção do tempo que passou, mas talvez tenha ficado a ser cosida cerca de 30min, mais 30min em recobro.
Os pontos que me deram são intradérmicos, exceptuando os últimos pontos, ou seja, um ponto de cada lado à moda antiga, que já tirei no centro de saúde, 8 dias após o parto.
Recebemos os parabéns de toda a gente que passava, e eu estava muito feliz, embora cansada da ansiedade!
Quando me transportaram para o quarto já levava comigo a C., e no corredor tinha a família à nossa espera.
Subi para o quarto onde tanta coisa se ia passar...
Lindo relato... O nascimento é um dia mágico :)
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