28 fevereiro, 2019

Atualização da tala

A M. tem-se portado melhor que muita gente grande neste processo todo!
Já vamos com mais de 2 semanas de tala e ela ainda se aguenta.

Não vou dizer que tem sido fácil. Principalmente para ela.
Já sabe que vai tirar a tala ao hospital, e quando perguntamos o que quer fazer quando tirar a tala diz "correr".

Diz com frequência " A M. não consegue andar" (principalmente quando me vê montar o carrinho para sairmos de casa, ou quando a ponho e tiro do carro). E eu digo, mas é só mais uns dias. (Dias... que termo mais abstrato para uma criança de 2 anos... mas como explicar?).
Digo que depois vamos à médica, que ela sabe tirar a tala e que depois pode andar.

Também gosta muito de mostrar que tem uma "perna boa". Um amor.

Mexe-se com bastante à vontade. Deve sentir-se bastante frustrada, de não conseguir explorar o mundo como fazia, mas não o mostra.
Tento ter toda a paciência do mundo quando pede colo para andar a ver as mesas e prateleiras e mexer em todo o lado... mas não é fácil.

Já estamos umas pró em banhos! É só por película aderente em toda a perna. Saco de lixo por cima, atado levemente com elástico do cabelo. Não entra nem uma gota :)
Toma banho de chuveiro, e apesar de não ter gostado das primeiras vezes, agora já está completamente à vontade.

Acho que lhe custa não por sapatos. Há dias em que ainda lhe calço um sapato. Mas para se arrastar no chão, a melhor opção ainda são as meias antiderrapantes (para as quais atualizei o stock - benditos saldos!).

O resto tento fazer com que se sinta normal em todo o lado. Começar a ir a escola ajudou muito - ficou em casa na primeira semana.
Quando vamos ao parque tiro-a do carrinho e ando com ela ao colo para ela explorar os baloiços e a casinha. Tiro-a do carrinho sempre que possível.

A C. nem sempre é a pessoa mais colaborativa, pedindo colo quando pego na irmã, ou não percebendo que não pode ir no carrinho da irmã (porque não quer andar no carrinho de gémeos). Se ando com a M. no carrinho bengala, ela acha que eu deveria levar um carrinho bengala para cada uma... Coragem!
Lá lhe explico que me pode ajudar a empurrar o carrinho, que lhe posso dar a mão, e que ela pode andar, e a M. não...
Mas não sabe viver sem ela...

E já temos data para tirar a tala, ou seja, data para nova consulta de ortopedia, novos raio-x, e esperemos, a retirada da tala sem quais quer consequências - 7 de março! 3 semanas e 3 dias de tala.

27 fevereiro, 2019

O que não mata, mas mói...

Muitos eventos na vida nos põem a pensar sobre o que realmente é importante.
Se estamos a fazer um bom trabalho, se estamos a preparar bem o futuro, se estamos a acautelar todos os perigos.

Início hoje o que espero venham a ser um pouco das minhas reflexões sobre a parentalidade. Essa coisa que não nos mata, mas que mói.
(não espero que os posts sejam todos assim pesados... às vezes só ideias, às vezes umas dúvidas...)
Mói muito...

Dou por mim na rua a olhar para outras pessoas, e a pensar como criam os filhos. Como se organizam? Como tomam as suas decisões? Se estarão tranquilas com as suas decisões?
Se as minhas opções serão mais seguras que as delas?
Grrr... já sei que cada realidade é uma, e que cada um de nós se deve organizar e gerir dentro de cada realidade.

Mas enquanto mãe, e estando neste momento sozinha, dou por mim a pensar muitas vezes que raio de coisa estou a construir.

A Pediatra dizia-me noutro dia, que devemos acautelar o facto de, por estarmos divorciados, devermos ter cuidado com a sobreproteção das crianças. E ela tem toda a razão.
Como não as vejo todos os dias, tenho tendência a valorizar mais, mimar mais, proteger de mais. Fico a pensar se isso será uma coisa má... Não tenho uma resposta.

Sei que é do caraças para a minha organização pessoal, profissional e afectiva. É o que me custa mais. Não as ter todos os dias para mim.
Viver as suas dores e alegrias todos os dias foi aquilo para que me alistei quando decidi ser mãe. Dou por mim a pensar se sou menos mãe por isso.
Com certeza não me preocupo menos!! Só se for mais... constantemente agarrada ao telefone para saber se estão bem.

Quando irá parar este questionamento:
estou a fazer a diversificação alimentar de forma correta?
Devia dar-lhes ostras (exemplo super parvo ok.. só para perceberem!)
Devia comprar mais puzzles e jogos complexos?
Devia fazer outras brincadeiras?
Devia cortar radicalmente com a tv?
Devia ser menos rigida com as sestas e hora de ir dormir? Ou devia ser mais rigida? (miudos na cama as 21:00 é algo que ainda não consegui fazer!)

Como é que eu sei se estou a fazer as coisas certas?!

E, como lidar com as perguntas sobre a separação? Da parte delas é claro. Já perguntam, com frequência: "Hoje mamã?" Para confirmar se vão ficar comigo nesse dia, ou se irão estar com o pai. E como saber se estão a crescer seguras neste ambiente partilhado? (será que escolhemos o esquema certo para esta idade?)
Faço os meus possíveis para explicar tudo, e integrar a figura paterna nas rotinas, sempre que relevante. Converso e explico bastante.
Mas dado que só têm 2 anos, será que estão a crescer seguras? Confiantes?
Verdade que elas já conhecem esta realidade desde os 8 meses... mas não posso deixar de me questionar.

Não tenho respostas.
Talvez vá tendo ao longo do tempo.
Sintam-se livres de comentar, e/ou de se juntar a mim nestas deambulações.


14 fevereiro, 2019

Pá p#*?%&&! que o P&%$#$

E pronto. É este o mood da semana.
Não é melodramático nem porque é que isto me acontece  só a mim!!

Mas não é que a minha mais querida M. de seus 2 anos e 1 mês me foi partir o perónio!!! O perónio! Osso da perna, neste caso a esquerda, mesmo junto ao calcanhar.
Não é bem partido, disse a médica, é uma físsura. FISSURA!! Como se isso nos evitasse a tala de 3 semanas, uma gémea sem poder andar ou pôr-se em pé... Deslocar-se. COM 2 ANOS!!! E a minha miúda mais eléctrica e mamãdependente....

Voltamos ao colo e ao carrinho.
Começamos com as explicações (a ela e a todos os outros), e os banhos ginasticados.

CORAGEM AMIGOS!!!

Para além de toda a logística já existente com gémeos, moro num duplex, elas andam numa creche, e eu e o pai estamos separados. Ah! E é inverno, pelo que toca de agasalhar a criança.

Pronto.
Agora vou parar com o drama, e passar às explicações.

Corria o belo dia 11 de fevereiro de 2019, logo após o almoço, a M. quis ir buscar um ó-ó ao quarto, pelo que subiu e desceu as escadas, devidamente acompanhada pela nossa Cristina. Ao descer o último degrau, fez uma cara de susto e começou a chorar. Diz que doía a por o pé no chão.
Achei que era sono a mais, e algum mimo - estavam em casa numa segunda feira porque a C. tinha febre, e estavam as duas com muita tosse e ranho.
Dormida a sesta, a M. estava bem disposta, mas continuava a recusar por o pé no chão. Brincava, comia, estava em pé, parada, mas andar nada. Não chorava, mas dizia doi-doi.

Pronto, depois de sair do médico (CPJC) com a C., fui para o Pediátrico... 4 horas de espera, e 2 horas de exames, e saimos com este belo diagnóstico.

E querem saber? Estou orgulhosa da minha M. Mas mesmo muito orgulhosa... Ela tem lidado super bem com a situação.
Uma menina feliz, brincalhona. Que só me parte o coração quando diz "A M. não consegue andar" e eu respondo, pois não, mas é só uns dias, até passar.
Muito raramente lá sai um "Tira mamã" a apontar para a tala... lá lhe explico que não sei tirar. Tem que ser a médica no hospital. E ela volta ao seu estado feliz. Gosta muito de mexer na perna saudável, e de nos mostrar como está funcional essa sua perna! Como aquela funciona.
Arranjamos-lhe calças, e umas meias mais grossas, antiderrapantes, com minnies, e brilhantes, e ela anda feliz.
Estou tão orgulhosa dela. Como é ela que ainda nos ensina a lidar bem com tudo isto.
Pede colo para tudo (como não podia deixar de ser), mas aceita lindamente andar no carrinho, e esperar que a vamos buscar,. E dorme lindamente na caminha dela. Um orgulho mesmo.

Depois temos a gémea C. que está de longe a observar tudo... e anda intratável e impossível de aturar. Birras para tudo, a entrar em conflito com a irmã muitas vezes, a querer tudo o que a irmã tem...
Não é possível estar sozinha com as duas. É um desespero mesmo!!
Alguém que tenha passado pelo mesmo?
Alguma dica?

Espero que seja só estes primeiros dias... vou desesperar com esta logistica, e uma gémea tão difícil neste momento...