04 setembro, 2016

Gravidez: esse estado de graça.

19 semanas e 3 dias.
[Nota: adoro que a gravidez me venha trazer os meus doces, queridos e muito desejados bebés.]

Hoje atiro à sinceridade.
Não sei de onde vem esta expressão de estado de graça, e não, não é a primeira vez que me ocorre este pensamento.
Até hoje (e já vou seguramente em mais de metade da gravidez) ainda não senti o que é este estado de graça...
Entre o stress e a ansiedade do início (e de alguns dias), os enjoos, o mal-estar, as mudanças, as mil opiniões de toda a gente, engordar sem ver que seja uma barriguinha de gravidez (a maior parte dos dias), as dores nas costas, o facto de não estar a trabalhar, nada disto me soa a um período de graça.

Tenho os meus momentos de felicidade, mas hoje não é um deles. Hoje deu-me para chorar por tudo e por nada... eu que até hoje não tinha sentido grande diferença no meu estado mental... agora a gravidez veio mexer com as minhas bolsas lacrimais... e com um feitio que nem eu me aturo. Não quero ver ninguém, nem saber de ninguém, nem falar com ninguém.

Sobra o meu (querido) A. que me aturou hoje todo o dia sem saber porquê nem como é que eu fui ficar assim...
O pior é que nem eu sei.

Quero ser madura e crescida, ser uma mulher decidida e ir fazendo tudo direitinho nesta gravidez. Mas hoje é um dia Nâo.

Hoje só quero ser uma mulher com filhos, e despachar este assunto. Ter a minha família. Pode ser?

Onde está a graça?!

2 comentários:

  1. Não me leves a mal, mas acreditas que vejo uma nota de humor no que escreveste? Não pelos inconvenientes que tens passado, mas por fazeres uma introspeção ao ponto de te irritares contigo mesma e ficar ainda mais piursa :)

    É normal isso acontecer, já convivi com grávidas que acordavam a disparar contra tudo e todos como se o mundo se tivesse virado contra elas. São as danadas das hormonas que podem num instante fazer-te fuzilar só com o olhar e logo a seguir levar ao extremo de cair num pranto ao ver uma imagem de um simples gelado a derreter.

    Já fizeste o mais importante que foi aperceberes-te da tua alteração de humor. És crescida e madura, não te preocupes.

    Vou agora fazer uma comparação que te pode deixar um pouco incomodada mas é com o maior respeito. Tenho uma miúda peluda de 4 patas, grandes bigodes, um pêlo maravilhoso e uma cauda fora de série. Nasceu sem olhos e a sua adoção foi das melhores coisas que fiz na vida. Para mim não é apenas uma gata, é a minha menina. Todos os dias, durante uns 10 segundos, fica possuída por uma coisa ruim que a leva a derrapar sem sair do sítio ou parecer um relâmpago a ir contra tudo o que lhe aparece à frente enquanto dá os seus gritos de guerra. Findos aqueles segundos volta a ser a doce traquinas que tão bem me faz. Delicio-me com todos os seus estados e não mudava nada nela :)

    Hoje apanhei um dos maiores sustos da minha vida enquanto almoçava. Encontrava-me em casa apenas com a minha gata e engasguei-me com uma migalhita. Estive a sufocar durante um tempo suficientemente elevado para analisar a minha vida e pensar como me poderia despedir de quem me é próximo, pois a situação era mesmo severa. Em simultâneo tentava estratégias para restabelecer o fluxo de ar, só que é complicado fazê-lo a nós mesmos. A minha gata ouviu um barulho diferente do habitual e apareceu na cozinha enquanto eu tentava acalmar-me. Quando comecei a conseguir inspirar em pequenas porções não imaginas como se senti aliviada por ainda estar viva. Estas chamadas de atenção levam-nos a desvalorizar banalidades que nos tiram do sério sem necessidade nenhuma.

    Moral da história: todas estas alterações que tens vindo a sentir, umas mais agradáveis que outras, são uma parte da história da família que está a brotar e te vão tornar mais forte, embora neste momento te sintas frágil.

    Quanto estiveres abatida ouve uma música relaxante com os teus pequenotes. Se as bolsas lacrimais inundarem deixa-as escorrer. É um momento vosso.

    Um beijinho grande *

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    1. Gosto de ti PL.
      Lês-me como me senti ontem ao escrever. Quando escrevi este post, ao fim do dia, já me sentia bem melhor...mas foi ainda com um intuito terapêutico de instrospeção.
      Gostei muito de ler. Não levo nada a mal :) é mesmo assim! Somos todos animais, e, neste caso, quando as hormonas tomam conta de nós, não há mesmo nada a fazer. Foi isso que senti... É senti-las, aceitar - dentro do possível, e deixar passar.
      Espero que já estejas melhor... Deve ter sido um bocado assustador...
      Já tinha saudades tuas... :)
      Obrigada.
      Um beijinho

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