Nunca me tinha apercebido disto... Sim, há desafios e alturas complicadas na nossa vida. Mas não tanto quanto agora.
Nunca tinha sentido que estava paralisada com o medo. E hoje ao ler esta partilha no instagram (da Cosmopolitan!) caiu-me a ficha. Às tantas já partilhei aqui milhentas frases parecidas com esta.. mas nunca isto me fez tanto sentido... nunca foi tão real.
Nunca refleti tanto sobre o valor e sentido das palavras e dos acontecimentos como nesta altura da minha vida.
No meu relacionamento, nas minhas amizades, com a família, no trabalho... As palavras que usamos não são (nem podem ser) como o vento. As palavras efetivamente representam algo: objetos, ações, lugares, sentimentos... e nunca senti com tanta intensidade como agora o valor das palavras.
E talvez porque escrevo o que penso (e sinto), estas mesmas palavras ganham outra vida.
Reconheço hoje que a minha descrença, e as perspetivas de insucesso estão presas num mundo meio obscuro que se chama Medo. Nunca explorei muito este tipo de medo. É que o medo, como o Amor, não é todo igual... Se calhar tive a sorte de, até agora, não ter que o sentir assim... mas cá veio bater-me à porta.
O medo que paralisa. Estou na fase do paralisado. Sem ainda conseguir descortinar bem as facetas deste medo, pelo menos de forma clara e consciente.
Parece que nem quero tentar... e racionalmente só o posso atribuir ao medo... já que o meu desejo é tão forte!
Sinto-me bloqueada.
Nunca a palavra medo foi tão real, mas ao mesmo tempo tão diferente do que eu achava que era... cada vez mais me apercebo de que o medo pode ser paralisante sem o estarmos a sentir como assustador. (desculpem lá se isto não vos faz sentido mas na minha cabeça é transparente como água...)
Não levou muito tempo a perceber... mas vamos ver quanto tempo vai levar para resolver...
(voltámos à escrita terapêutica...)
Ponto de Situação - Consulta médica no dia 7 de março com o Dr. C. Referiu que muito provavelmente o aborto esteve relacionado com a sobrecarga hormonal, voltando a frisar que o nosso caso tem muito boas perspetivas e "prognóstico". No ecografia estava tudo em ordem.
Vou iniciar uma pílula na próxima menstruação. Quando vier a menstruação no fim dessa pílula inicio o Estrofem e faço uma ecografia. Estando o endométrio em ordem, faço a transferência cerca de 10 dias depois de iniciar o Estrofem.
Traduzindo em datas isto vai dar lá para o fim do mês de Abril (entre o 25 e o 29 se a menstruação não me trocar as voltas e se as contas não me falharam!).
Veremos se a cabeça se põe em ordem até lá.