24 março, 2016

Hormonas!

As minha hormonas andam aos pulos!
Eu devia começar a tomar a pílula na próxima menstruação, para no ciclo seguinte começar o estrofem para fazer a TEC. 
Já tinha as contas feitas e estava tudo pronto na minha cabeça. Este sábado começava a pílula (porque me aparecia a menstruação) e depois era modo automático até fazer a transferência no dia 25 de abril (mais dia, menos dia).

Mas as minhas hormonas não estão a colaborar. Estou com dores e tenho andado com a sensação de estar a ovular... Se isto atrasar tudo são mais ou menos dez dias de atraso. Sim, pode não parecer mas para quem está à espera é muito...

Raio da estimulacao... Devia ter começado logo a pílula para acalmar os ovários. Agora os meus ovocitos parecem pipocas a estalar!! Ai ai...

Mas estou à espera sem estar... Tenho andado bem ocupada, e a concentrar-me na vida que acontece entretanto.

E eu a achar que já tinha arrumado as hormonas no seu canto?! Devem estar a achar imensa graça elas....

13 março, 2016

Missão: Acreditar


Hoje tive um fantástico jantar com um grupo de amigas novas.
Foi uma lufada de ar fresco. Faz-nos querer acreditar no nosso destino.
E que há um destino traçado para nós. 
Mas vale a pena ser positiva. Acreditar. 
A vida é feita por nós. E é feita de escolhas diárias.

Ainda estou a tentar lidar com isto... Apesar de ser fácil entender não é fácil de aceitar. Aceitar que vai correr melhor. Acreditar que é possível...
E olho para um calendário - tantas e tantas vezes - conto os dias, e falta tanto tempo. 
Tudo se vai fazendo de pequenas batalhas... mas nem sei se fique por aqui, ou se me afaste um pouco...
Daqui a um mês ainda vai ser só conversa... Com uma pílula à mistura, é certo, mas só conversa. 

Enfim... A minha missão neste mês é acreditar (não me boicotar, decidir ser feliz, pensar positivo, acreditar em finais felizes). 

Vamos a isso?

11 março, 2016

What if... ?



Não é possível ... E não é negociável.
Neste momento penso que é isto que tenho que encaixar na minha cabeça. 

E tenho que PARAR com pensamentos idiotas!! Estou constantemente (e inconscientemente) a fazer uma coisa que me prejudica muito... Estou sempre a pensar em coisas do género:
Se eu não fizer nenhum teste caseiro é que vou conseguir! 
Se eu não contar a ninguém é que vou conseguir. 

Ou 

Se eu comer ananás é que vai dar.

Ou

Eu nunca vou conseguir porque (razão estupida inventada no momento)

Mais alguém se boicota assim como eu?? Mas quem é a anormal que faz isto???
É que só me faz mal... Tenho que acabar com isto é rápido...
Ter fé sem limites. Acreditar sem "ses". 

Tenho que reprogramar este cérebro...

09 março, 2016

Palavras



Nunca me tinha apercebido disto... Sim, há desafios e alturas complicadas na nossa vida. Mas não tanto quanto agora.
Nunca tinha sentido que estava paralisada com o medo. E hoje ao ler esta partilha no instagram (da Cosmopolitan!) caiu-me a ficha. Às tantas já partilhei aqui milhentas frases parecidas com esta.. mas nunca isto me fez tanto sentido... nunca foi tão real.

Nunca refleti tanto sobre o valor e sentido das palavras e dos acontecimentos como nesta altura da minha vida.
No meu relacionamento, nas minhas amizades, com a família, no trabalho... As palavras que usamos não são (nem podem ser) como o vento. As palavras efetivamente representam algo: objetos, ações, lugares, sentimentos... e nunca senti com tanta intensidade como agora o valor das palavras.
E talvez porque escrevo o que penso (e sinto), estas mesmas palavras ganham outra vida.

Reconheço hoje que a minha descrença, e as perspetivas de insucesso estão presas num mundo meio obscuro que se chama Medo. Nunca explorei muito este tipo de medo. É que o medo, como o Amor, não é todo igual... Se calhar tive a sorte de, até agora, não ter que o sentir assim... mas cá veio bater-me à porta.
O medo que paralisa. Estou na fase do paralisado. Sem ainda conseguir descortinar bem as facetas deste medo, pelo menos de forma clara e consciente.
Parece que nem quero tentar... e racionalmente só o posso atribuir ao medo... já que o meu desejo é tão forte!
Sinto-me bloqueada.
Nunca a palavra medo foi tão real, mas ao mesmo tempo tão diferente do que eu achava que era... cada vez mais me apercebo de que o medo pode ser paralisante sem o estarmos a sentir como assustador. (desculpem lá se isto não vos faz sentido mas na minha cabeça é transparente como água...)

Não levou muito tempo a perceber... mas vamos ver quanto tempo vai levar para resolver...

(voltámos à escrita terapêutica...)



Ponto de Situação - Consulta médica no dia 7 de março com o Dr. C. Referiu que muito provavelmente o aborto esteve relacionado com a sobrecarga hormonal, voltando a frisar que o nosso caso tem muito boas perspetivas e "prognóstico". No ecografia estava tudo em ordem.
Vou iniciar uma pílula na próxima menstruação. Quando vier a menstruação no fim dessa pílula inicio o Estrofem e faço uma ecografia. Estando o endométrio em ordem, faço a transferência cerca de 10 dias depois de iniciar o Estrofem. 
Traduzindo em datas isto vai dar lá para o fim do mês de Abril (entre o 25 e o 29 se a menstruação não me trocar as voltas e se as contas não me falharam!).
Veremos se a cabeça se põe em ordem até lá.

08 março, 2016

Estava tranquila e com paz. Estava bem. Estava bem mas alheada. Eu sabia disso. Estava feliz porque tinha a consulta marcada, e porque me era permitido não pensar em nada até lá.

Fui e fiquei angustiada. Irritada por ter que estar lá a ouvir aquelas coisas. Sim, não há nada a dizer que não boas notícias. E o que?? Sinceramente não me traz nada de novo... 

Não me sinto bem. Sinto-me triste. Tenho a perfeita noção que ainda não ultrapassei o último procedimento. E não sei se estou pronta para outro. Acho que não estou.
Por um lado quero parar com isto tudo. Por outro... Não sei... Não me parece que haja outro. Queria poder fazer tudo sem contar nada a ninguém. O que era muito bonito se eu não trabalhasse e não fosse próxima da família... Enfim...

Isto é duro. Muito duro... 
E o que me custa mais que tudo é que agora estou totalmente descrente do processo. Z-E-R-O. (E isto não tem nada a ver com a clinica ou as percentagens  ou outra coisa qualquer...) parece que nunca me vai acontecer. E não é conversa... É o que eu sinto.
Sinto que não vou conseguir engravidar. Acredito nisso... E o que me chateia é que este sentimento me devia por a chorar baba e ranho e não põe. 

Não sei explicar, não sei dizer. Estou descrente de tudo e estou triste. Triste porque sinto que não me vou realizar. Por ter que passar por isto outra vez. Por ter que passar por isto. Por ser tão artificial. Por não haver certezas. Por ser tão difícil. 

Quero afastar-me disto tudo. Não quero saber mais de gravidas, nem de Treinantes, nem de bebés nem de nada. Que tortura... 
Não quero passar por isto. Não quero que ninguém passe por isto.

Não quero ser esta pessoa... Não quero que me associem a isto. So quero ser mãe. É pedir muito?

07 março, 2016

#its-bloody-monday-again

É segunda-feira, mas não faz mal!!
Hoje é mesmo oportunidade para novos recomeços, para mim espero que seja.

E vou ter oportunidade de passear e ver as minhas sobrinhas. Há melhor?

04 março, 2016

#backtowork

Estou feliz por estar de volta. 
Por mais estranho que isso possa parecer... Estar no trabalho faz-me sentir feliz. Pelas pessoas, pelo trabalho, por mim.

Às vezes é mesmo preciso por as coisas em perspectiva.

Tinha frequentemente um medo de me afastar do trabalho. 
Depois constatei que conseguem viver sem mim. O que é bom é saber que, ainda assim, sou precisa e sentem a minha falta. 

Mesmo que pensem que só estão à espera, que nada faz tanto sentido na vossa vida que não sejam os tratamentos e avançar com esta parte da vossa vida, pensem que toda a vossa vida merece a vossa atenção. 
Se estão num lugar hoje, foi todo o vosso percurso, as vossas escolhas,  que vos trouxeram até aqui. Reconheçam o vosso mérito. O mérito de serem vocês próprios, e de terem feito as vossas escolhas. 
Posso garantir que estão a caminhar, e que não estão parados. Mesmo que assim pareça. 

Hoje sejam felizes! 

03 março, 2016

Quem diz Março, diz Abril

A novos inícios. 
Disse há uns posts atrás que Fevereiro foi um mês único. Tenho a certeza disso.
Mas sei que a minha vida vai voltar a mexer nos próximos tempos.

E a cada dia que passa, mais tenho a certeza de que a vida recomeça todos os dias quando acordamos. Todos os dias temos a oportunidade de escolher o nosso caminho e a nossa postura perante aquilo que vivemos. 

Recomeçar é muito bom. Voltar ao trabalho, às convivências. Ser honesto connosco próprios. Crescer todos os dias. Amar. Ser feliz.

Pois eu sei que parecem clichês, mas não são. São palavras que ganham um novo sentido a cada nova etapa deste percurso.

Neste momento a minha etapa é a Purificação. A catarse. Um reset físico e mental. 


Há decisões na vida que não nos cabem a nós pois não?

01 março, 2016

Me right now.

Breaken and (still) hoping and wishing...

Report.

propósito de pensar no futuro, recebi hoje o Relatório da ICSI.
(Digo-vos está clinica é do melhor.)

E falam lá dos nossos douradinhos!!
Assim sendo mostro-vos o nível dos nossos queridos blastocistos:

Só precisamos de um, certo? 

New beginnings.

E assim, num abrir e fechar de olhos, chegou Março.

Fevereiro foi um mês único na minha vida. Nunca o irei esquecer. Foi o culminar da ação de meses e anos de planeamentos na nossa cabeça. 
As emoções andaram a mil. Rimos e choramos. Sangue suor e lágrimas. Um mês tão pequenino... Tanta coisa a acontecer. Tantas primeiras vezes... Uma sensação de controlo tão irreal... Uma verdadeira montanha russa.

Como eu me sinto hoje... Sabem que acho que eu sou como aquelas panelas que cozinham devagar... (O contrário das panelas de pressão). No momento juntam-se os ingredientes e há logo uma química entre eles... Mas depois os sentimentos estabilizam e apuram. Para o bom, e para o mau. Não sei bem porque os meus sentimentos tem andado mais para o lado negro da força... Tristeza e angústia. Tristeza por não termos sido bem sucedidos. Angústia por não saber o que nos reserva o futuro. Medo. 

Eu sei bem o que quero. E sei o que tenho que fazer para lá chegar... Mas também sei que vai ser duro. Mais semanas de repouso, estar fora do trabalho, a dúvida, o medo, a sobrevigilancia dos sintomas, e nem me façam falar do Beta. Esse terror. Podem crer que para mim foi o mais difícil de todo este processo. O meu eu racional diz-me que só foi mau por causa das hemorragias que me acompanhavam nesses dias... Mas a esperança de que o beta nunca baixasse os valores causou-me um pânico terrível... 

Neste momento aguardamos a consulta que será já na próxima segunda-feira. Queria tanto sair de lá com uma resposta clara para o insucesso da primeira transferência... Mas sei que muito provavelmente não há... E quero saber TUDO sobre os próximos passos e começar a ter algum controlo sobre o que aí vem. Quero tomar decisões. Não sei porque mas sinto-me bem a saber que vou poder fazer alguma escolha (pareço louca a falar não é?)...

Quero, desejo, anseio por um novo começo. Quero conseguir por o mês de Fevereiro no seu lugar. Serei capaz?